sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quem te informa?

Esta semana o Twitter matou mais uma celebridade. O alvo da vez foi o cantor canadense Gordon Lightfoot. Os fãs que me desculpem, mas não tenho a mínima idéia de quem ele seja. Entretanto, sua “morte” me chamou atenção.

Tudo começou quando um “neto” de Gordon enviou uma mensagem a um amigo próximo do cantor noticiando o ocorrido. O amigo contou para a esposa, que enviou um email para outros amigos. De repente, a notícia estava no Twitter e aí já era tarde demais. O próximo passo foi dado por um jornalista, que exercendo todo o seu conhecimento sobre a verificação dos fatos confirmou a morte.

E isso nos traz uma questão que tem ficado famosa neste espaço: Quem te informa?

A chegada da Internet iniciou uma era de informação abundante, disponível para quem quiser pegar. No entanto, não vivemos mais a era da informação, vivemos uma era da sobrecarga dela. O fato é que alucinados com as possibilidades que a Internet nos ofereceu, sobrecarregamos o sistema em prol da livre troca de conhecimento. Criou-se, ou melhor, criamos um rídiculo padrão de instantaneidade a qualquer preço, que nada tem a ver com o conceito original da web.

Jornais começaram a publicar suas ediçoes online e a atualizá-las a cada minuto. Com isso eliminou-se uma das etapas cruciais do bom jornalismo: a verificação dos fatos. O novo modelo exige apenas que o jornalista escreva algo como “maiores informacoes em breve” e tudo está acertado. Quaisquer erros que possam ser cometidos são perdoáveis, afinal a história completa virá “em breve”. A corrida pelo “furo jornalístico” recomeçava e audiência aplaudia.

Então surgiram as páginas pessoais, que eram meros exercícios de egocentrismo. Tempos depois, vieram os blogs, que cresceram de maneira exponencial em quantidade, mas de maneira inversa em qualidade. Como se isso não bastasse, hoje ainda temos as redes sociais e colecionamos amiguinhos virtuais.

Coroando tudo isso, nasceu o Twitter, uma ferramenta impressionante. Ela nos oferece a incrível oportunidade de contar ao mundo – em tempo real e em não mais do que 140 caracteres – o momento exato em que travamos aquela batalha profunda, o momento exato em que a água bate na bunda. Ou ela serve para algo mais e eu ainda não entendi?

Chegamos ao momento em que devemos nos perguntar: Será que depois de sermos educados no imediatismo mediático, na superficialidade e com 140 caracteres seremos capazes de nos aprofundar em qualquer assunto? Ao que parece, estamos fadados a vida fácil das informacoes mastigadas, incompletas e infundadas.

Transformamos o mundo virtual num excesso desnecessário de informação. Falamos o que bem entendemos, proclamamos meias verdades e, ainda pior, compartilhamos inverdades sem a mínima preocupação em verificar a fonte. Basta apenas um “retweet” para ativarmos este novo modelo de telefone sem fio. E as mentiras vão se repetindo até que se tornem verdades. Sim, nós vivemos a era da sobrecarga de informaçoes, mas não se engane, pois informação nem sempre significa conhecimento.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quem a gente informa?

Em 2010, a empresa que eu trabalho resolveu não presentear seus funcionários com a maravilhosa agenda de todos os dias e o calendário de mesa com fotos de pessoas lindas e sorridentes. E isso foi muito chato, pois tem coisas ainda mais chatas que eu ainda anoto na agenda de papel. Afinal, o ciclo produtivo do papel é tão imenso que não serei eu a propor algum tipo de mudança.

Mas o foco do texto é a agenda. Um amigo, o Verde, chegou um dia em minha sala, entregou uma para a roteirista que não está mais na casa e outra para mim. Extrema surpresa, vez que eu não esperava isso. Mas aceitei, pois afinal de contas, não se ganha uma agenda todos os anos, o grupo uninter que o diga, né grupo... Mas a agenda é da Fundação Biblioteca Nacional. E folhando algumas páginas pude perceber alguns relatos históricos como capas de jornais e coisas e tal.

Uma dessas capas me chamou a atenção. Trata-se da primeira página da edição numero 22.650, do dia 28 de novembro de 1995 do jornal O GLOBO. Por questões óbvias eu não colocarei a capa aqui, mas se puder procure. Ela estampava uma área branca, com PAZ escrito em letras garrafais e uma explicação sobre uma caminhada – Reage Rio – contra a violência.

Aí eu parei para me perguntar algumas coisas. A primeira delas é: qual é o papel da imprensa, do jornalista enfim, de quem informa?

Pois se em 1995 já tinha uma campanha dessa num jornal como esse e a violência só continuo aumentando, sou levado a crer que essa porcaria de capa não serviu para coisa alguma a não ser, enfeitar os arquivos da biblioteca nacional.

Sou levado a acreditar que pensar em comunicação é quase como pensar na verdade da bíblia. Para que gastamos 4 anos ou mais estudando a comunicação, as estratégias da comunicação e tudo que envolve comunicação se na verdade comunicamos para medíocres e reles mortais semialfabetizados?

Até acredito que entre 10, 1 saiba ao mesmo ler e entender, mas isso não muda absolutamente nada. O que precisaria mudar é a grande massa, são os 9 em cada 10. Se uma capa dessa viesse hoje em dia, chocaria muito mais, mas com toda certeza o efeito prático seria nula como já foi. Hoje, quantos morrem e seus corpos aparecem na televisão, e isso ajuda de alguma forma?

Mesmo quando o desgraçado aparece morrendo, não adianta nada, absolutamente nada.

Para que comunicar então?

Se você tiver oportunidade de ver essa capa, ótimo! Se não, imagina apenas o branco com o escrito em preto: PAZ: a cidade de une hoje contra a violência, na caminhada Reage Rio, a partir das 16h, da Candelária à Cinelândia.

Enfim, lindo e belo, referencia, mas o que isso ajudou ou mudou?

É o que eu te pergunto. Quem a gente informa?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Afinal de contas, o que é midia?

Fazendo uma pequena retrospectiva, vou tentar pensar o que é midia. Quando Guttemberg criou uma máquina que conseguia fazer cópias, revolucionou o mundo com a capacidade de levar escritos para um grande numero de pessoas. Com o passar dos tempos, sua técnica foi aprimorada - livros, folhetos, jornais.

Os jornais nasceram e se tornaram fonte de informação importante para época. O jornalista tinha um papel fundamental de noticiar e informar, certo? Isso mesmo, até que nasceu o rádio. Nasceu no sentido poético da palavra, afinal de contas, ele foi inventado e no início, nem mesmo ganhou força. Mas logo, o jornal era lido no rádio e esse aparelho de impacto imediato ganhou o poder de informar.

Quando o rádio e jornal escrito, junto com as revistas estavam aprendendo a conviver em harmonia, veio a televisão. Em preto e branco no início e logo colorida. Coisa maravilhosa! Nesse meio tempo, apareceu o cinema, que em algumas vezes foi muito utilizado como fonte de informação, digam lá os nazistas da Alemanha.

Vou pegar como parâmetro, o Brasil, e no momento em que passei a me entender por gente. Até 1998, 1999, eu convivia com uma assinatura de um jornal escrito, o rádio - em curitiba começavam as rádios "só notícias" e com a televisão, que já era colorida, linda e coisa e tal.

Se nessa época você me perguntasse: quem te informa?

Sem dúvida alguma eu diria: o jornal, o rádio, a televisão e ainda, algumas enciclopédias que mostravam máquinas, motores, e tudo mais - uma que eu adorava: "Como as coisas funcionam".

Em 1998, com a ajuda de um rolo da minha irmã e com uma ajuda excepcional do meu pai, compramos lá em casa um modem USRobotics 33.6 KBps, com filtro. Isso era algo que me deixava louco - louco de felicidade. Adorava aquele barulho dele conectando nas BBS. Sul BBS, Nutecnet, Livraria Cultura, enfim, a lista de BBS era imensa e cada uma me permitia no máximo 20 por dia. Era demais.

Não correu muito tempo até que eu fizesse uma assinatura num provedor. Era a Supernet. E daí por diante, algumas coisas mudaram.

A primeira delas é que desde essa época até hoje, nunca mais escrevi um carta. Até a época, eu tinha uma amiga nos estados unidos e vez outra, escrevia uma carta para ela. Hoje, se tiver que escrever algo, tem que ser num teclado.

Enfim. De 2000 para cá, posso dizer que hoje quem me informa é a internet. E nela, vários "veículos". Existem grandes portais, blogs, twitter, sites em geral.

Aí eu pergunto: o que é mídia hoje?

A internet é uma mídia? Ou cada uma das facetas da internet é uma mídia diferente?

Antes eu tinha um enciclopédia onde eu buscava algumas informações, e com algumas fotos. E agora? Entra no google e digite algo como diferencial traseiro. Existem até vídeos que contam a história de como o diferencial traseiro foi inventado, isso em "1900 e minha vó dançava"!

Retomo a pergunta: o que é mídia hoje?

Em www.michaelis.com.br, a palavra mídia é difinida com mais ênfase com relação a publicidade. Dessa forma, creio eu que hoje eu não saiba mais definir o que é mídia ou então, o que é conteúdo multimídia. Afinal de contas, hoje na internet, tudo está mais explícito do que já foi. Se quer saber algo, busque e encontrará uma animação com vídeo, texto, audio, e tudo mais.

Mas não existe algo de negativo nisso?

Creio que exista sim. Na verdade, o que eu observo hoje no brasil é uma guerra entre todos os "veículos" de comunicação. A televisão ainda não aprendeu a viver com a internet. O rádio desaprendeu de viver com o jornal e com a televisão. A internet se tornou um amontuado de opiniões e de relatos. O jornal escrito, mingua na busca de sua sobrevivência!

Manter-se informado hoje é um exercício solitário e árduo. Para encontrar as notícias ou informações que você deseja, é preciso paciência e algum tempo. Você precisa procurar e esquematizar sua procura para não gastar alguns trocos.

E claro, que uma empresa já está pensando em nós. O google, através do famoso google news se dispõe a fazer isso. Você informa a ele as áreas de interesse e o mesmo busca para você. Perigoso?

Acredito que sim, pois assim, ele além de te informar, fará ainda pior, filtrará a informação que você recebe de acordo com as vontades dele. É mais ou menos o que a globo faz no brasil com os 190 milhões de habitantes.

Diga-me quem te informa?